quarta-feira, maio 07, 2008

Fez a semana passada anos..
Ele merece









Jorge Perestrelo marcou um estilo em Portugal
Perde-se a voz, guardam-se as memórias. O jornalista e locutor desportivo, Jorge Perestrelo, morreu, aos 56 anos, vítima de enfarte de miocárdio. A ideia é unânime entre os amigos. O jornalista mudou o relato e marcou uma época em Portugal.

Jorge Perestrelo fez o último relato no jogo em que vibrou com o golo do Sporting, marcado por Miguel Garcia, que deu recentemente aos leões a "passagem" para a final da Taça UEFA.

Miguel Garcia diz que os jogadores do Sporting já fizeram, este sábado, um minuto de silêncio para homenagear o jornalista.

Mais tarde, o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, endereçou uma mensagem de condolências à família de Jorge Perestrelo, realçando "a magia e eloquência" do jornalista.

Fernando Correia, também relator desportivo da TSF, lembra que o colega falecido «trouxe um estilo ao relato radiofónico em Portugal, que muitas outras pessoas tentaram copiar».

«Sou um homem de rádio, por isso oiço muita rádio e estou a falar não de rádios nacionais, mas de locais, onde por esse país fora há muita gente que tenta copiar aquele estilo exuberante. É muito complicado, porque essas coisas não se copiam, são naturais. Desapareceu o Jorge, desapareceu o estilo e perde-se um grande valor do relato desportivo em Potugal», acrescentou Fernando Correia.

Ninguém ficava indiferente a Perestrelo, diz Emídio Rangel

Emídio Rangel, companheiro na rádio e televisão de Jorge Perestrelo, o locutor conhecido pelas expressões "Ripa na Rapaqueca!" ou "Qué qué isso, meu?!", fala de uma pessoa a que ninguém ficava indiferente.

«Jorge Peretrelo era inconfundível, mesmo aqueles que não gostavam dele por razões muito diversas, que têm que ver com a vida, com o feitio dele, mesmo esses não deixam de reconhecer que ele era um talentoso relator desportivo», disse.

«Não pode deixar ninguém indiferente, sobretudo da rádio, mas também da comunicação social e do jornalismo», peosseguiu Emídio Rangel.

Perestrelo era um profissional de «corpo inteiro»

Bernardino Barros aponta igualmente este aspecto e diz que Jorge Perestrelo, com quem trabalhou na TSF, era alguém que se amava ou odiava, mas que não passava despercebido.

«Era um profissional de corpo inteiro, as pessoas gostariam ou não do estilo próprio que ele trouxe para a rádio, da maneira de fazer os relatos que trouxe de Angola, alegre, às vezes até demasiado extrovertida», lembrou.

«Era o seu estilo e manteve-o. Era isso que admirava no Jorge. Trabalhei com ele durante 14 anos, era difícil às vezes trabalhar com ele. Ao nível da amizade era uma pessoa frontal, egocêntrico sem dúvida, mas amigo do amigo, ou seja, era incapaz de dizer a alguém que gostava dele não gostando», acrescentou Bernardino Barros.

Carlos Severino lembra «estilo irreverente»

Carlos Severino, assessor de imprensa do Sporting e antigo colega de trabalho na TSF do jornalista Jorge Perestrelo, considerou que a morte do jornalista significa a perda de «um estilo provocante» e «irreverente».

«Não deixava ninguém indiferente e vai perdurar no tempo a memória relativamente ao Jorge Perestrelo, porque ele era realmente diferente. Um grande companheiro de equipa e amigo», assegurou.

António Macedo diz que Perestrelo marcou uma época

Os amigos guardam recordações do jornalista. É o caso de António Macedo.

«Pessoalmente pelo estilo bonacheirão e bem disposto, profissionalmente pela marca indelével que deixou nesse trabalho único de relatar desporto, nomeadamente o futebol, que é o dom de algumas pessoas e ele tinha-o elevado ao máximo», defendeu.

«Marcou uma época para a rádio portuguesa, tão marcante como foi a do Artur Agostinho, Amadeu José de Freitas e o Nuno Brasa, um pouco mais tarde com o Carlos Cruz e agora com o Jorge Perestrelo, juntamente com o Fernando Correia», disse.

Carlos Daniel realça autencidade

Carlos Daniel, antigo colega de trabalho de Perestrelo, recorda a autenticidade que marcou o estilo único do locutor de futebol.

«Ele dizia tudo aquilo em que acreditava, talvez seja o traço mais bonito e importante em toda a carreira dele, mesmo quando não concordávamos com o que estava a dizer, podíamos ter a certeza de que estava a afirmar o que mais acreditava», afirmou este amigo.


Porque foi neste dia que te ouvi pela ultima vez..
Porque foi neste golo que demonstras-te pela ultima vez o quanto gostavas de Portugal, nunca me vou esquecer quando te ouvi dizer estes momentos..
Porque contigo o Futebol tinha outro encanto..
Porque contigo chorei e sorri..
Porque so contigo o futebol tinha uma voz..



Este foi o teu ultimo jogo.. Felizmente um jogo de Alegria para o nosso Portugal

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